Entenda a valorização dos carros usados
Quem acompanha o mercado de automóveis, já notou o aumento de preços. Aumento esse, que desde o ano passado não vem afetando apenas os veículos novos, mas os seminovos também.
Se você consultar a tabela FIPE do seu carro hoje, dependendo do modelo, ele poderá estar valendo o mesmo que você pagou anos atrás. Sim, isso de fato está acontecendo.
Esse fenômeno curioso está acontecendo pela combinação de alguns fatores, e nós vamos explicar tudo para você.
1 – Fábricas fechadas
Desde o início da pandemia, muitas montadoras fecharam por um período e algumas até encerraram suas atividades aqui no país. Esse fechamento na grande maioria, se deu pela falta de peças e componentes para montagem dos veículos.
O fechamento das fábricas funciona como um efeito cascata, nível após nível de cada setor foi sofrendo com a falta de insumos, matéria-prima e por fim o produto em si, principalmente aqueles que usam componentes oriundos da China, local onde tudo começou. Contudo, esse fechamento resultou em falta de automóveis no mercado, ou uma espera de até seis meses para adquirir um veículo 0km. Dessa forma, o consumidor passou a considerar uma segunda opção na hora de trocar de carro, o seminovo.
2 – Ofertas x demanda
Com a falta de carros novos, a alternativa que restou foi o seminovo, pois era isso que o mercado podia oferecer para o consumidor. As buscas pela classe aumentaram tanto, que o resultado que vimos foi a valorização destes, devido à falta de produto no mercado. Parte das pessoas queriam comprar, mas não tinha produto disponível.
3 – Efeito do câmbio
Outro fator que contribuiu para deixar os seminovos mais atrativos no último ano, foi o aumento do dólar, que encareceu os modelos 0km. Além dos problemas com a falta
de peças, a alta nos preços dos carros novos também direcionou o consumidor há procura de um seminovo, tendo em vista a busca de um melhor custo-benefício na troca de carro. Segundo os especialistas da área, naturalmente, o mercado passa por altos e baixos e a dinâmica entre novos e usados é proporcional a necessidade.
Sempre que os 0km estão com preços elevados ou passam por algum tipo de falta de produto, o mercado de usados tenta compensar e vemos um aquecimento nessas negociações. Porém, isso sempre foi apenas ciclos.
A partir do momento que o consumidor começar a buscar seminovos como alternativa, mas não encontra o que deseja, a tendência é que ele volte ao mercado de novos ou pare de procurar por um período. Não há como determinar quanto tempo irá levar para esse ciclo que estamos vivendo acabar. Mas tudo indica que o mercado de novos deve se reaquecer com o funcionamento normalizado das fábricas e a regressão da pandemia.
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